Oficina de Cartografia Social
Oficina de Cartografia Social – Terra de uso comum e populações tradicionais – a experiência brasileira da Cartografia Social
O Projeto Nova Cartografia Social (PNCSA) ou Cartografia Alternativa como também é conhecido, foi fundado no Canadá, mas no Brasil surge na Amazônia através do Antropólogo Alfredo Wagner, tendo como objetivo dar ensejo à auto-cartografia dos povos e comunidades tradicionais na Amazônia. Com o material produzido, as comunidades além de fortalecerem-se como movimentos sociais, passam a produzir um conhecimento maior sobre a ocupação desses territórios.
No entanto o Projeto se expandiu, não se limitando à Região Amazônica e em 2006 o Projeto foi denominado como Nova Cartografia Social dos Povos e Comunidades Tradicionais do Brasil. Entre os anos 2006 e 2007 foram publicados 10 fascículos, trazendo como temática a diversidade social dos povos: Povos dos Faxinais, Fundos de Pasco, Quilombolas, Pescadores, Ribeirinhos, Cipozeiros e Povoado Pantaneiro, nos Estados de Roraima, Pernambuco, Pará, Amazonas, Bahia, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso e Santa Catarina. Sendo a UFSC por meio do NUER- Núcleo de Identidades e Relações Interétnicas propulsora deste projeto em algumas comunidades locais.
Assim sendo, no dia 27 de abril de 2017 o PIBID Geografia participou de uma oficina ministrada pelo Prof. Nazareno José de Campos sobre Cartografia Social. A oficina com a temática Terras de uso comum e populações tradicionais – a experiência brasileira da Cartografia Social, a partir de uma base histórica, o professor explanou as formas do uso da terra contextualizando os períodos que marcaram sua modificação. Nestes contextos apresentou o significado de comunidades tradicionais trazendo um exemplo de trabalho realizado coletivamente com os moradoradores da Comunidade Tradicional de Agricultores e Pescadores Artesanais dos Areais da Ribanceira, de Imbituba, SC, se utilizando da Cartografia Social.
A Cartografia Social só é possível ser realizada de forma coletiva e tem como objetivo identificar, primeiramente, uma identidade do lugar a partir das observações e vivências do cotidiano da comunidade participante. O processo da construção se dá através de encontros preliminares, para que o corpo técnico (professores e estudantes universitários) apresente a proposta a ser encampada pela comunidade. Assim, os moradores passam a definir o levantamento de informações, de forma colaborativa. Em um segundo momento, através de oficinas e rodas de conversa, é compreendido o significado de “croqui” e então inicia-se o trabalho de um desenho (mais tarde, transformado em mapa) com lugares e/ou coisas que fazem parte da história e do cotidiano dessas pessoas, com a tentativa de fazer um mapa mais próximo possível da realidade desses moradores. Nesse sentido, tudo que é desenhado , pensado e construído pelos moradores da comunidade em foco, inclusive a legenda e seus símbolos. Os sentidos do mapa são estabelecidos pelos participantes, sem interferência da equipe de apoio. A partir da construção do croqui participativo, elabora-se um mapa, utilizando-se das referências e simbologias do coletivo que elaborou o croqui inicial.
O mapa produzido pelos integrantes não deixa de ser um “documento” a mais que auxilia na reivindicação de suas terras caso não esteja regulamentada já, além de ser algo produzido por eles o que lhes dá o sentimento de pertencimento e identidade.
Registro da oficina- Além dos pibidianos Fernanda, João, Bárbara, Elisabeth e Renata. A oficina contou com a presença da Profª Sandra Mendonça do Colégio de Aplicação/UFSC. Imagem – Foto da oficina sobre Cartografia Social
Referências:
Observatório da diversidade. Disponível em:
<http://observatoriodadiversidade.org.br/site/apresentacao-do-projeto-nova-cartografia-social-em-portugues-do-brasil/>. Acesso em 3 de maio de 2017 .
Programa Nacional de Saneamento Rural. Disponível em: <http://pnsr.desa.ufmg.br/> .
Acesso em 3 de maio de 2017.
Para acessar links interessantes sobre o assunto:
Comunidade tradicional dos Areais da Ribanceira, Imbituba (SC): desenvolvimento, territorialidade e construção de direitos
http://seer.fclar.unesp.br/estudos/article/viewFile/6457/4766
Paiol de Telha Fundão
Capoeira da Ilha
Quilombolas Morro do Boi